O que na verdade somos?
O que na verdade somos? É uma pergunta bastante difícil de se responder. Pode-se falar que somos um amontoado de células de vários tipos que interagem entre si para manter o corpo vivo. Ainda pode-se falar que somos um conjunto de sentimentos, emoções, convicções, conhecimentos e pensamentos dentro de um corpo. Utilizando a visão consumista moderna, somos o que nós o que temos. Se você não tem o tênis da moda, você se torna pior do que outro que o tem.
Não acredito na visão minimalista e mesquinha do consumismo, pois creio piamente que o ser é maior e mais importante do que o ter. Pois se fosse ao contrário, os crimes de roubo não poderiam ser punidos, pois o infrator só estaria tentando agregar ao seu ser coisas que ele em suas condições normais não pode ter, ou seja, ele só estaria tentado ser alguém mais importante perante a sociedade. E há algum erro em tentar ser alguém? Essa visão só coloca as pessoas em um ciclo vicioso de consumo, tornando-as escravas dele.
Quanto a visão de ser um amontoado de células, apesar não ser de todo errada, ela é muito minimalista. Nos torna iguais aos outros animais, então nossa missão no mundo se torna só nascer, crescer, reproduzir e morrer. E se somos iguais aos outros animais, para que nossa razão? Porque não seguir só as vontades do nosso corpo? Não há nada além disso, então não é necessário construir nada nesse mundo, já que o futuro não importa, só os desejos do presente tem valor.
A visão que somos sentimentos, emoções, convicções, conhecimentos e pensamentos dentro de um corpo, também não é de toda errada, mas ela dá muita ênfase ao intelectual do homem e deixa um pouco de lado o corpo. Só o intelectual não forma o homem, há também o físico, que tem igual importância. Não existimos sem um ou outro.
Acho que somos essa mistura de corpo com sentimentos, emoções, convicções, conhecimentos e pensamentos. Não deixando o materialismo ditar o que somos, pois sentimentos e emoções podem se manifestar materialmente através do corpo, mas não são materiais. Nem deixando os desejos do nosso corpo nos controlarem, pois se assim for, estamos jogando fora a razão, o que nos torna diferentes dos outros seres vivos desse planeta. Nem ainda esquecemos que somos corpo, deixando de cuidar dele, pois ele faz parte do nosso ser também.
Penso que o segredo de tudo na vida é o equilíbrio, tudo tem a medida certa, o tempo certo. Se adiantarmos as coisas, isso irá nos atrapalhar, se atrasarmos, também. Se desprezarmos certas coisas e super valorizarmos outras, os efeitos serão desastrosos. Temos que buscar a dose certa de tudo, a medida, o equilíbrio.