segunda-feira, janeiro 29, 2007

O que na verdade somos?

O que na verdade somos? É uma pergunta bastante difícil de se responder. Pode-se falar que somos um amontoado de células de vários tipos que interagem entre si para manter o corpo vivo. Ainda pode-se falar que somos um conjunto de sentimentos, emoções, convicções, conhecimentos e pensamentos dentro de um corpo. Utilizando a visão consumista moderna, somos o que nós o que temos. Se você não tem o tênis da moda, você se torna pior do que outro que o tem.

Não acredito na visão minimalista e mesquinha do consumismo, pois creio piamente que o ser é maior e mais importante do que o ter. Pois se fosse ao contrário, os crimes de roubo não poderiam ser punidos, pois o infrator só estaria tentando agregar ao seu ser coisas que ele em suas condições normais não pode ter, ou seja, ele só estaria tentado ser alguém mais importante perante a sociedade. E há algum erro em tentar ser alguém? Essa visão só coloca as pessoas em um ciclo vicioso de consumo, tornando-as escravas dele.

Quanto a visão de ser um amontoado de células, apesar não ser de todo errada, ela é muito minimalista. Nos torna iguais aos outros animais, então nossa missão no mundo se torna só nascer, crescer, reproduzir e morrer. E se somos iguais aos outros animais, para que nossa razão? Porque não seguir só as vontades do nosso corpo? Não há nada além disso, então não é necessário construir nada nesse mundo, já que o futuro não importa, só os desejos do presente tem valor.

A visão que somos sentimentos, emoções, convicções, conhecimentos e pensamentos dentro de um corpo, também não é de toda errada, mas ela dá muita ênfase ao intelectual do homem e deixa um pouco de lado o corpo. Só o intelectual não forma o homem, há também o físico, que tem igual importância. Não existimos sem um ou outro.

Acho que somos essa mistura de corpo com sentimentos, emoções, convicções, conhecimentos e pensamentos. Não deixando o materialismo ditar o que somos, pois sentimentos e emoções podem se manifestar materialmente através do corpo, mas não são materiais. Nem deixando os desejos do nosso corpo nos controlarem, pois se assim for, estamos jogando fora a razão, o que nos torna diferentes dos outros seres vivos desse planeta. Nem ainda esquecemos que somos corpo, deixando de cuidar dele, pois ele faz parte do nosso ser também.

Penso que o segredo de tudo na vida é o equilíbrio, tudo tem a medida certa, o tempo certo. Se adiantarmos as coisas, isso irá nos atrapalhar, se atrasarmos, também. Se desprezarmos certas coisas e super valorizarmos outras, os efeitos serão desastrosos. Temos que buscar a dose certa de tudo, a medida, o equilíbrio.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

O que realmente queremos?

Nesses últimos dias tenho pensado muito no que eu realmente quero. Será que tudo o que se deseja se resume a "sexo, drogas e rock'n roll"?

A mídia nos bombardeia com mulheres de biquíni - ou vestidas com menos que isso - e copos de cerveja que te transformarão em um deus grego, objeto de desejo de todas. As farmácias nos oferecem remédios para tudo, não irá me surpreender se amanhã aparecer uma indústria farmacêutica oferecendo um remédio contra as dores da perda de uma paixão. Sabe por que isso não irá me surpreender? Porque um remédio assim irá render milhões. O que importa no nossa cultura pós-moderna ocidental além do dinheiro e poder?

Se quer dinheiro para se ter poder e se quer poder para conseguir mais dinheiro. É um ciclo vicioso e insano. É pura loucura! É a triste visão que quase todos têm. Onde o sexo entra nisso? Essa é fácil. O cara que consegue "pegar todas" - entenda todas como todas as moças que se encaixam no padrão de beleza corporal vigente no dia em que você ler esse texto - é tido quase como um herói nacional, ou seja, ele ganha status, e com o status uma certa dose de poder. Ele vai ser chamado de "o cara". Mas a mulher que "pega todos" é tida como vulgar. O por que dessa assimetria? Acho que podemos culpar nossa cultura machista. Meninas, culpem a nossa cultura machista por isso.

E o rock'n roll? Acho que isso é uma coisa que há muito foi deixada para trás. A onda agora são as músicas de ritmo frenético com letras vulgares que idolatram os exteriótipos ditos "bonitos" e o prazer sexual sem limites - selvagem, em outras palavras.

Resumidamente, acho que é isso o que querem que a gente queira. Amor é uma coisa do passado, há muito esquecida e que hoje fica somente nas telas de cinema - acho que até de lá eles já tiraram isso. Amor é uma palavra que perdeu seu sentido. Não é mais um sentimento nobre a ser cultivado entre todas as pessoas, passou a ser só uma palavra para se referir ao nosso desejo sexual por alguém. Amizade? Por favor, não me faça rir. Sou seu amigo até quando você puder me pagar um copo de cerveja ou até você puder me dar coisas legais. O dia que você precisar de algo de mim, esqueça. Não estou pronto a dar nada para você, só quero sugar o que você tem até não sobrar mais nenhuma gota.

O que mais me surpreende é que ainda chamam o nosso mundo ocidental de cristão. "O Ocidente Cristão". Não me faça rir. Não, melhor: Não me faça chorar, pois isso é para chorar. O Cristo foi há séculos esquecidos por nós. Ele está perdido no "nosso passado de absurdos gloriosos". Não passa mais do que de uma vaga lembrança em nossas mentes. O que Ele fez por nós? Acho que ninguém mais lembra.

Ninguém mais lembra de seu sacrifício vicário, de sua ressurreição gloriosa, de seus ensinamentos preciosos. É, acho que estamos tão empenhados em buscar "sexo, drogas e rock'n roll", que o que realmente importa, o que realmente vale a pena, deixamos para buscar quando não temos mais tempo para isso.