quarta-feira, novembro 30, 2005

Devaneios

Sabe, gostaria de dizer muitas coisas
Mas não consigo dizer coisa alguma
Gostaria de expor meus pensamentos
Mas eles são tão vagos e confusos
Que não sei como colocá-los em palavras

Gostaria de mudar o mundo
Mas como se não há quem quer mudar?
Tento não cair na inércia
Mas esbarro em tanta coisa, em tanta lama...
Até em mim mesmo

Gostaria de ser melhor do que sou
Mas me vejo em situações que não quero
O que eu quero fazer, eu não faço
E o que eu não quero...
Estou sempre fazendo

Gostaria de não machucar as pessoas
Mas sem querer eu as machuco
Eu as magôo, as faço chorar
Por quê? Acho que penso demais
Penso demais em mim mesmo

sexta-feira, novembro 25, 2005

Beleza na Caxemira

É possível haver beleza em uma região de conflito?

Homem andando em parque cheio de folhas, em Srinagar, capital da Caxemira (Índia)

Fonte da foto: Altaf Qadri/Efe

quinta-feira, novembro 24, 2005

Precisa-se de matéria prima para construir um país

PRECISA-SE DE MATÉRIA PRIMA PARA CONSTRUIR UM PAÍS
por João Ublado Ribeiro

A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula não serve. E o que vier depois de Lula também não servirá para nada. Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no ladrão e corrupto que foi Collor, ou na farsa que é o Lula. O problema está em nós. Nós como POVO. Nós como matéria prima de um país.

Porque pertenço a um país onde a "ESPERTEZA" é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais.

Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as "EMPRESAS PRIVADAS" são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos e para eles mesmos.

Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu "puxar" a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde fazemos "gatos" para roubamos luz e água e nos queixamos de como esses serviços estão caros.

Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior nosso atual Presidente, que recentemente falou que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica e nem econômica.

Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar ao que não tem, encher o saco ao que tem pouco e beneficiar só a alguns. Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser "comprados", sem fazer nenhum exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar.

Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos do Fernando Henrique e do Lula, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem "molhei" a mão de um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Dirceu é culpado, melhor sou eu como brasileiro, apesar de ainda hoje de manhã passei para trás um cliente através de uma fraude, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não. Não. Não. Já basta.
Como "Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa.

Esses defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte...

Me entristeço. Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada...

Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem serve Lula, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?

Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente sacaneados!!!

É muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilianidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda...

Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias. Nós temos que mudar, um novo governador com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada. Está muito claro... Somos nós os que temos que mudar.

Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda nos acontecendo: desculpamos a mediocridade mediante programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido. Sim, decidi procurar ao responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. Aí está. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO. E você, o que pensa?

MEDITE!!!!!"

JOÃO UBALDO RIBEIRO

sábado, novembro 19, 2005

Passado

Passado
Por Daniel Borba

Quero esquecer...
Mas não paro de lembrar...
Quero dormir...
Mas não posso...
Não consigo...
Não paro de pensar...
Em que? , você pergunta...
Na vida, nas coisas...

No que fiz...
E não deveria ter feito...
No que não fiz...
E deveria ter feito...
Ah...
Águas passadas não voltam...
Tenho que cuidar das que virão...
Pois essas ainda podem ser mudadas...

Quanto às passadas...
Já passaram...
O rio da vida só flui em um sentido...
Não há como fazê-lo retornar...
O que foi feito...
Feito está...
E o que resta depois?...
Conseqüências...

terça-feira, novembro 15, 2005

Palavra

"Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir." (Martinho Lutero)

segunda-feira, novembro 07, 2005

Se discute sim

Já ouvi várias pessoas dizerem: "Política, futebol e religião não se discute." E pensei muito sobre o assunto e cheguei a seguinte conclusão, se não fosse a "inconformidade" do homem com a situação das coisas ao seu redor, até hoje ainda viveríamos nas cavernas.

Se não discultíssemos política, até hoje seríamos governados por chefes tribais, que seriam escolhidos como os mais fortes de cada tribo e quem se opusesse a seu poder teria que enfrentar o chefe numa luta de vida ou morte.

Se não discutíssemos futebol todos seriam torcedores do NOTTS COUNTY da Inglaterra, o clube de futebol mais antigo do mundo, fundado em 1862, e não teríamos jogadas espetácules como bicicleta, rabinho de vaca, chapéu, entre outras, que foram inventadas depois do estabelecimento do próprio futebol moderno.

Finalmente, se não discutíssemos religião, até hoje adoraríamos o deus Amom-Rá ou a deusa Irís, deuses egípcios, uma das civilizações mais antigas que se tem notícia. Não terímos o Cristianismo, o Islamismo, entre outras religiões presentes no mundo moderno.

Parece que as pessoas tem medo de serem arguídas por aquilo que elas acreditam. Não sei se por medo de descobrir que toda a bagagem de creças (políticas, futibolísticas e religiosas) delas pode não passar de mentiras, ou porque elas não sabem a razão das suas creças, então lá no fundo duvidam de tudo o que acreditam, mas não querem que essa dúvida floreça, pois elas estão tão entranhadas que já fazem parte da pessoa, então se essas crenças caírem por terra, parte da pessoa cai junto.

Não podemos ser assim, temos que por nossas crenças em prova, e perguntar os porquês delas, assim iremos fortalecê-las e nos assegurar que elas são verdadeiras. Temos que ouvir as crenças dos outros, pois assim poderemos analizar outros pontos de vista, que podem vir a aperfeiçoar ou ampliar o nosso próprio ponto de vista, e é isso que nos faz crescer. Não tenhamos medo de colocar as nossas crenças em prova, pois as coisas verdadeiras irão se sustentar, mas as falsas um dia, querendo ou não, irão cair.